16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher
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16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

Começa nesta quarta-feira (25) a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, da Organização das Nações Unidas. Anualmente, desde 1991, mulheres de mais de 160 países chamam a atenção com manifestações para “conquistarem uma vida sem medo em casa, na rua e no trabalho”, afirma Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.

Neste ano será enfatizado no Brasil o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que é em 1º de dezembro. Porque segundo o Ministério da Saúde, o número de jovens entre 15 e 24 anos afetados pelo vírus HIV aumento 40% de 2006 para cá.

O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais programou panfletagens para esse dia em todo o país. Em São Paulo, o ato ocorrerá na Praça do Patriarca, no centro da cidade, para exigir melhor tratamento às mulheres e aos jovens, diz Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP.

Além disso, o ativismo passa pelo Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, em 6 de dezembro e se encerra no Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro.

De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, somente no primeiro semestre deste ano o Ligue 180 recdbeu 32.248 denúncias de violência contra as mulheres, o que dá 179 casos relatados por dia. Ainda de acordo com a secretaria, de 1980 a 201 foram assassindas 92 mil mulheres no país.

Deputados brasileiros na contramão

Para Ivânia, o debate rasteiro promovido pelos fundamentalistas religiosos e seus aliados na Câmara dos Deputados “de uma certa forma contribuem para o aumento de violência contra a mulher, com requintes de crueldade ainda mais perversos”.

Ela cita o Projeto de Lei 5069, de autoria do ainda presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que dificulta a realização do aborto até para as mulheres estupradas. “Ele quer obrigar a mulher a provar que foi estuprada, penalizando-a ainda mais”, alega.

Já Gicélia ataca o papel da mídia nesse processo. “A mídia tradicional apresenta a afigura da mulher invariavelmente como objeto de prazer para os homens, desprovidas de vontade, de desejos e pior ainda de inteligência”. Para ela isso faz aumentar a violência contra as mulheres ainda mais.

Ivânia reconhece que o país avançou muito nos últimos anos em políticas públicas de atenção à mulher com o Ligue 180 para denúncias, o programa Mulher, Viver sem Violência, a Casa da Mulher Brasileira, a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, que aumenta a penalização para crimes contra a mulher por ser mulher.

Mídia favorece mais violência

Para ela, na questão da comunicação se torna necessário a “democratização dos meios de comunicação para vermos a expressão de toda a diversidade brasileira nos conteúdos midiáticos”.

Por isso, a campanha “promovida pelos movimentos sociais é fundamental para que a mulher seja valorizada e respeitada”, defende Gicélia. “Em todo ao país faremos panfletagens e atos políticos que chamem atenção para as causas da igualdade de gênero”.

“A violência contra a mulher está no ambiente doméstico, no transporte público, na rua e no trabalho”, reforça Ivânia. “E o papel do movimento social e sindical é denunciar e exigir políticas e campanhas que possam pôr definitivamente um fim em tudo isso”.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB


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