Plenária das Mulheres da CTB RS reúne lideranças rumo ao 6º Congresso Estadual
Na tarde da última terça-feira, 23 de maio, a sede da Fecosul, em Porto Alegre, foi palco de um importante momento de mobilização: a Plenária das Mulheres da CTB-RS, que integrou o calendário preparatório para o 6º Congresso da Central.
O encontro contou com a participação da secretária nacional de Mulheres da CTB, Celina Arêas, e das advogadas Michele dos Santos Xavier, pós-graduada em Direito Anitidiscriminatório e Direito das Mulheres, especialista em Direito de Família e do Trabalho, Presidente do COMUNE de Caxias do Sul e; Tamires Spigosso, advogada com atuação em Direito Social na área previdenciária, com perspectiva de gênero e raça pós-graduada em Seguridade Social e em Planejamento Previdenciário, Direito de Família e Sucessões e em Direitos Humanos e Acidente de Trabalho, Conselheira do COMUNE de Caxias do Sul, e ativista antirracista). Michele e Tamires também atuam junto ao atendimento as mulheres vítimas de violência do Sindicomerciários Caxias.
Na sua participação, Celina Arêas abordou reflexões fundamentais sobre a luta feminista no movimento sindical, os desafios das mulheres trabalhadoras e o fortalecimento da organização das mulheres nas bases. Dra. Michele, falou da importância e o papel do Estado no combate a violência contra as mulheres, citando o assustador número de casos de feminicídios registrados no feriado de Páscoa, quando foram registrados 10 casos de crimes cometidos contra mulheres. Destacou os caminhos, inclusive virtuais, através de sites oficiais, para realizar as denúncias.
A advogada Tamiris, complementou a fala de sua colega Michele, enfatizando a importância das mulheres realizarem o registro do boletim de ocorrência policial (B.O.). “O registro, além de servir de provar e para solicitar as medidas protetivas, também é essencial e para o encaminhamento de benefícios sociais, pedidos de afastamento momentâneo para a proteção da vítima”, esclareceu. “Caso as mulheres se sintam envergonhadas, ou com medo de ir até uma delegacia presencialmente, o registro pode ser realizado pela internet. “Se tiver dúvidas ou mesmo não tiver acesso a um computador ou celular com internet, pode procurar ajuda a alguma instituição como o Sindicomerciários Caxias por exemplo, onde realizamos o registro com a pessoa, ajudando-a”, complementou. “Só não pode deixar de registrar, pois geralmente, quando acontece algo, nunca foi a primeira vez!”
A plenária também contou com a participação de diversas lideranças ligadas ao movimento sindical e dos direitos das mulheres, como Jaciara Maria Muller, secretária geral da Fetag-rs, levou a realidade das mulheres trabalhadoras rurais para a mesa de debate. “As mulheres do campo sofrem também sofrem com a violência, agressões, e todo tipo de ameaça, contudo é um sofrimento silencioso, quase invisível, pois estão longe dos olhos das pessoas, longe dos centros urbanos e com poucas formas de fazer a denúncia”. Para Jaciara, “é muito mais difícil delas estarem buscando ajuda e até mesmo afastarem-se dos agressores, é preciso que se olhe com mais atenção para esta situação”, enfatiza. Abigail Pereira, primeira secretária nacional das mulheres da CTB, lembrou da criação da secretaria, em 2007, na fundação da CTB e de sua importância. “Sempre tivemos a luta pela igualdade das mulheres e contra a violência e qualquer tipo de discriminação uma das nossas maiores bandeiras”.
Danusa Alhandra Silva, representando a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), falou sobre a importância de olhar o papel e importância das mulheres, protegendo-as, não só das agressões, mas também do peso que a sociedade impõe, como a dupla jornada de trabalho, a discriminação salarial no ambiente de trabalho, a desigualdade, discriminação”. A assessora lembra do projeto protocolado pela deputada, que pode representar um grande avanço para os trabalhadores brasileiros, especialmente para os comerciários. A proposta prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e garante pelo menos dois dias consecutivos de descanso remunerado, colocando fim à escala 6×1 tão comum no comércio. “Os trabalhadores, especialmente as mulheres, precisam ter vida também, para poder criar seus filhos, famílias, descansarem. Devemos lutar pela sua integridade, física e mental, no trabalho ou no ambiente familiar”.
Rodrigo Callais, secretário nacional da juventude da CTB, parabenizou a iniciativa pelo evento, lembrando que “este tipo de atividade é fundamental para a preparação do nosso congresso estadual e, a luta das mulheres, da igualdade, contra qualquer tipo de violência, sempre será uma de nossas prioridades”.
Para Ivanir Perrone, vice-presidente estadual da CTB, a plenária reafirmou o compromisso da CTB com a construção de um sindicalismo com mais protagonismo feminino, democrático e combativo. Entre os pontos debatidos estiveram a valorização do trabalho das mulheres, a defesa de políticas públicas inclusivas e o combate às desigualdades de gênero no mundo do trabalho.
