Centrais Sindicais gaúchas debatem tarifaço de Trump e convocam Ato em Defesa da Soberania Nacional

 Centrais Sindicais gaúchas debatem tarifaço de Trump e convocam Ato em Defesa da Soberania Nacional
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Na manhã desta quinta-feira (31/08), o Fórum Estadual das Centrais Sindicais do Rio Grande do Sul se reuniu na sede da Fecosul, em Porto Alegre, para debater os impactos das novas medidas econômicas anunciadas por Donald Trump contra o Brasil. O chamado “tarifaço”, que impõe sobretaxas a produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, tem potencial para afetar seriamente diversos setores produtivos e o mercado de trabalho no estado.

A reunião contou com a presença de dirigentes de sindicatos e federações que representam trabalhadores da indústria do vestuário, couro e calçado, alimentação, metalurgia, comércio e serviços — setores diretamente ameaçados pelas novas tarifas.

O economista Ricardo Franzoi, coordenador técnico do Dieese no RS, abriu o encontro com uma exposição técnica sobre o perfil das exportações gaúchas para os Estados Unidos. Segundo Franzoi, embora algumas exceções anunciadas por Trump possam beneficiar setores da região Sudeste, os impactos no Rio Grande do Sul serão severos. Calçados, carnes, máquinas, equipamentos, armas, munições e grãos estão entre os principais produtos que sofrerão taxação a partir do dia 6 de agosto.

Franzoi também criticou duramente setores políticos brasileiros que comemoraram as medidas como forma de prejudicar o governo federal. “Em nenhum país do mundo se vê parte da sociedade aplaudindo a destruição econômica da sua própria nação. A soberania não pode ser moeda de troca política”, afirmou. Ele também alertou para a tentativa de politização do tema com fins eleitorais, classificando como “cortina de fumaça” a narrativa de que a taxação teria como objetivo pressionar pelo arquivamento dos processos contra Jair Bolsonaro.

Representantes dos diversos setores relataram suas preocupações com os empregos e defenderam a adoção de medidas emergenciais de proteção aos trabalhadores, semelhantes às aplicadas durante a pandemia da COVID-19. A ideia é buscar o diálogo com o Governo Federal para garantir respostas rápidas e eficazes frente à ameaça de retração econômica.

O presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, destacou que já propôs às entidades empresariais um movimento unificado entre trabalhadores e empresários em defesa da indústria brasileira e da soberania nacional. “Seguimos aguardando a resposta do setor empresarial. Esse é um momento em que precisamos de unidade para defender os interesses do povo brasileiro”, afirmou.

Ao final da reunião, Guiomar sistematizou os principais encaminhamentos e anunciou que o Fórum Estadual das Centrais divulgará uma nota pública sobre o tema. Ele também convocou todas as entidades sindicais a participarem do Ato em Defesa da Soberania Nacional, que acontecerá na sexta-feira, 1º de agosto, às 17h, na Esquina Democrática, em Porto Alegre, com a presença de centrais sindicais, movimentos sociais e entidades representativas.

Redação e fotos: Kiko Haroldo Britto – Edição: Clomar Porto


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