ANÁLISE: “perseguição mesquinha” ao mínimo regional – Por “Kiko” Haroldo Brito

 ANÁLISE: “perseguição mesquinha” ao mínimo regional – Por “Kiko” Haroldo Brito
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Nos últimos anos temos assistido uma constante maléfica quando a pauta é o salário mínimo regional do RS: a Assembleia Legislativa age, deliberadamente, para procrastinar ao máximo qualquer iniciativa que venha propor reajuste e dar certa dignidade aos trabalhadores e trabalhadoras que não possuem as condições mínimas para estabelecer uma negociação salarial, seja por sua condição de precariedade na relação empregado/empregador, ou por não possuir representação sindical que propicie um acordo coletivo que inclua cláusulas sociais, como no caso das categorias profissionais inorganizadas.

Na manhã desta terça-feira (12/03), dirigentes das centrais sindicais acompanharam a sessão Comissão de Constituição e Justiça que adiou, mais uma vez, a votação do parecer ao projeto de iniciativa do Deputado Luiz Fernando Mainardi que estabelece política permanente de reajuste do salário mínimo regional.

Guiomar Vidor, Presidente Estadual da CTB, desabafou: “que aconteceu hoje na CCJ, é a repetição de uma desconsideração de alguns parlamentares à esta parcela da classe trabalhadora que ganha uma miséria e que depende do piso mínimo regional para obter uma remuneração um pouco acima do que estabelece o Salário Mínimo Nacional.”

“O papel desta Comissão é avaliar constitucionalidade da proposta e declarar a sua admissibilidade autorizando o prosseguimento da tramitação nas demais Comissões. O projeto do Deputado Mainardi segue os mesmos fundamentos da política nacional de reajuste do salário mínimo, cuja discussão foi feita no âmbito das Comissões no Congresso Nacional e nenhuma ilegalidade foi constatada. As mesmas ações protelatórias ocorrem quando o projeto é de reajuste e enviado pelo Governo do Estado. A matéria tem o mesmo teor e justificativa há mais de vinte anos, mudando apenas os valores reajustados de cada faixa, e sempre fica travada por meses nesta Comissão. Portanto, não há dúvidas plausíveis que justifiquem os reiterados pedidos de vistas para analisar a legalidade de uma proposta que é recorrente. Depois que for declarada a admissibilidade, a proposta segue para a Comissão de Economia, onde serão propostas as mesmas audiências públicas realizadas em anos anteriores” disse Vidor.

Não bastasse o longo trâmite que empurra para os últimos dias do ano um reajuste que deveria ter sido concedido no primeiro trimestre, os deputados negam aos trabalhadores o pagamento do período retroativo, alegando a imprevisibilidade financeira das empresas, cujo argumento é inepto (incoerente e sem sentido) já que o índice de reajuste pleiteado pelas Centrais Sindicais, no início de todo o processo, corresponde à inflação do ano anterior e de pleno conhecimento do setor empresarial.

Por isso, a CTB defende uma política permanente de reajuste e valorização do Salário Mínimo Regional, que leve em conta a inflação ocorrida no último ano, mais o crescimento da economia medido pelo PIB.

Por “Kiko” Haroldo Brito


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