CTB vai ao MPT/RS contra demissões em massa na CARRIS
Diante das recentes demissões em massa que têm ocorrido na CARRIS após sua privatização, a CTB RS realizou reunião no Ministério Público do Trabalho de Porto Alegre nesta quarta-feira, 21, para denunciar o que considera irregular e danoso aos funcionários e aos usuários do transporte público da capital.
O diretor da executiva estadual da CTB, Eder Pereira da Silva, esteve na audiência acompanhado do advogado Dr. Oscar Plentz, e dos delegados sindicais da empresa, Rosangela Aparecida Pires Machado e Marcelo Weber. Ela foi presidida pelo procurador do trabalho, Luiz Alessandro Machado.
Coube ao advogado explicar que ocorreram demissões coletivas após as mediações ocorridas no TRT, logo após finalização do processo de privatização, e que não havia nenhuma linha no edital que autorizasse demissões em massa. Plentz disse ainda que as propostas feitas nas mediações foram rejeitadas pela categoria por serem altamente danosas aos trabalhadores, e reforçou que os critérios adotados para as demissões em massa não são transparentes. “O sindicato profissional não adotou providências para esta situação que ao nosso ver é de irregularidade nas demissões coletivas.”
Outra situação preocupante fora o fato de não haver clareza sobre de onde município de Porto Alegre tiraria os recursos para o pagamento das rescisões contratuais.
A delegada sindical Rosangela Machado disse que, nas mediações ocorridas, foi proposta a confecção de listagem dos empregados que não tinham interesse em permanecer na empresa, o que não foi acatado pela CARRIS. Ela reforçou a existência de empregados que não possuem interesse em manter o vínculo de emprego, o que poderia ser levado em conta pela empresa na hora de fazer as demissões. Rosangela também disse que foi protocolado junto ao sindicato, no dia 06 de fevereiro, requerimento solicitando providências contra as demissões em massa, mas o sindicato não tomou nenhuma providência.
O delegado sindical Marcelo Weber questionou as demissões de motoristas tendo em vista que a empresa tem relatado a necessidade de contratação de mais profissionais para essa função. “Por que substituir por novos contratados? E quais são os critérios adotados para a definição dos empregados despedidos, considerando as funções, tempo de serviço, salários, etc?”
Por fim, Plentz avaliou que há uma situação de instabilidade em relação às demissões, tendo vários empregados apresentado as mais diversas reivindicações em relação ao processo de demissões.
Segundo o dirigente cetebista, Eder Pereira, “a CTB cumpre aqui o seu papel da defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, pois na omissão do sindicato em fazer a sua obrigação de atender as demandas dos sócios, nós fizemos a pedido dos delegados sindicais a denúncia no Ministério Público do Trabalho que foi acolhida. Pois é inadmissível estas demissões em massa que ocorreram e também a falta de transparência nos critérios para estas demissões. Vamos estar do lado dos representantes sindicais da CARRIS até o final desta discussão”.