FECOSUL considera conservador, desconectado e inaceitável o relatório do dep. Luiz Gastão (PSD) sobre redução da jornada e fim da escala 6×1

 FECOSUL considera conservador, desconectado e inaceitável o relatório do dep. Luiz Gastão (PSD) sobre redução da jornada e fim da escala 6×1
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O presidente da Federação dos Comerciários do RS e vice-presidente da CNTC, Guiomar Vidor, manifestou sua total discordância e inconformidade com o relatório apresentado na tarde desta terça-feira pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE), presidente da subcomissão que trata da escala de trabalho e da redução da jornada na Comissão de Trabalho da Câmara.

Em seu relatório, o deputado propõe a redução da jornada de forma escalonada, para que chegue a 40 horas em três anos após a aprovação do projeto, e mantém a escala de trabalho de 6×1, que, segundo Vidor, vigora no país há quase 100 anos, desde outubro de 1932.

O dirigente afirma que é inadmissível que o deputado e o Congresso virem mais uma vez as costas para a classe trabalhadora brasileira e frustrem esse anseio que tem mais de 70% de apoio da sociedade — sociedade essa que não tolera mais os reflexos maléficos e o adoecimento provocados pelas extensas jornadas e pela escala de trabalho desumana, que limita o tempo destinado ao lazer, à qualificação profissional, ao convívio familiar, ao fortalecimento dos laços sociais e à regeneração orgânica necessária para a continuidade do trabalho com rendimento e produtividade adequados.

Segundo Vidor, as condições objetivas estão dadas para que tenhamos uma nova relação de trabalho no Brasil, após quase 100 anos da escala 6×1. As novas tecnologias e formas de gerenciamento introduzidas na indústria e no comércio, bem como a inteligência artificial, permitem que adotemos desde já uma escala máxima de cinco dias trabalhados e dois dias de folga, com 40 horas semanais e sem redução de salários.

Vidor afirma ainda que a entidade, junto com o Fórum das Centrais Sindicais — que reúne CTB, CUT, FS, UGT, NCST e CSB — está convicta de que a alternativa a ser construída para este tema passa pela aprovação do PL 67/2025, de autoria da deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), que estabelece uma escala de cinco dias de trabalho e dois dias de folga, com jornada de 40 horas semanais sem redução salarial.

Por fim, o sindicalista destaca que, ou os legisladores mudam a lei, ou as empresas continuarão enfrentando cada vez mais dificuldades para contratar trabalhadores dispostos a cumprir essa jornada e essa escala de trabalho desumanas.


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