Protesto contra os juros altos do BC também pede saída de Campos Neto
Um ato unitário das centrais sindicais, movimentos populares e partidos marcou o protesto pela queda de juros do Banco Central na manhã desta terça-feira, 20, na capital gaúcha. Também foi exigida a saída imediata do presidente do BC, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com mandato até 31 de dezembro de 2024. Campos Neto tem mantido a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, a mais alta do mundo.
O ato, ocorrido na frente da sede do Banco Central, no centro histórico de Porto Alegre, foi o maior dos últimos meses. Essa mobilização maior, segundo o presidente da CTB RS e da Fecosul, Guiomar Vidor, reflete a urgência dessa luta pela redução dos juros, fator essencial para a retomada do desenvolvimento do país. “Nessa manifestação houve mais força e presença por parte das centrais, com ampliação de participação dos movimentos sociais e partidos”, acrescentou.
Para as centrais sindicais, é inadmissível a permanência de Campos Neto à frente do BC. No entendimento do movimento sindical, ele é – claramente – um bolsonarista que está comandando um espaço decisivo para a política econômica do Brasil, mas sem haver sido eleito pelo voto popular.
O ato marcou o Dia Nacional de Luta contra os Juros Altos, convocado pela CTB e pelas centrais sindicais. A manifestação foi realizada no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que termina no final da tarde desta quarta-feira (21) com o anúncio da Selic para o próximo período.
Vidor disse ainda que a luta contra a alta taxa de juros deverá ser permanente até que se tenha uma harmonia em relação à política econômica transformadora e geradora de desenvolvimento e empregos, que o Brasil necessita agora.