Centrais Sindicais do RS defendem formação de Frente Democrática para as Eleições de 2026

Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (22), dirigentes das principais Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores do Rio Grande do Sul manifestaram apoio à criação de uma ampla Frente Democrática com vistas às eleições estaduais e nacionais de 2026. O encontro revelou forte preocupação com o atual cenário político do país e com as ameaças à democracia, às instituições e aos direitos sociais.
Preocupação com a escalada autoritária
Os dirigentes sindicais demonstraram inquietação com a atuação de setores do Poder Legislativo que têm tentado deslegitimar o Judiciário, inclusive propondo medidas para blindar parlamentares envolvidos em crimes e anistiar agentes públicos e manifestantes condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Para os representantes sindicais, essas movimentações são um grave retrocesso institucional e um ataque frontal à democracia brasileira.
Guiomar Vidor: defesa de um projeto democrático e popular
O presidente da FECOSUL, Guiomar Vidor, destacou que o papel do movimento sindical não é indicar candidaturas, mas sim pressionar por um projeto político que defenda os interesses da classe trabalhadora e da sociedade brasileira. “Não cabe ao movimento sindical discutir ou indicar nomes. Isso é tarefa e prerrogativa dos partidos políticos. Apenas consideramos que é fundamental opinar e reivindicar a formação de uma frente capaz de eleger um Governador ou Governadora do campo progressista e democrático, comprometido com o fortalecimento dos serviços públicos, a democracia e a soberania nacionais.”
Vidor também reforçou a importância de eleger bancadas legislativas comprometidas com os interesses populares, tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional, incluindo o Senado. Segundo ele, partidos do campo democrático já foram consultados e demonstraram abertura para o diálogo e construção conjunta dessa frente.
Rodrigo Callais: alerta sobre tentativa de golpe via Congresso
Durante a reunião, Rodrigo Callais, presidente da CTB-RS, alertou sobre o objetivo das forças de extrema-direita em conquistar maioria no Senado com o intuito de fragilizar o Supremo Tribunal Federal. “É de conhecimento público que as forças reacionárias, alinhadas com o movimento golpista, buscarão eleger a maioria necessária no Senado da República para aprovar o impedimento ou deposição de ministros do STF. Isso fere de morte a independência e a harmonia entre os poderes.”
Unidade estratégica entre sindicatos, partidos e movimentos sociais
Ao final do encontro, os dirigentes sindicais avaliaram como positiva a abordagem da pauta e defenderam a manutenção de um canal permanente de diálogo entre as Centrais, os partidos políticos progressistas e os movimentos sociais. O objetivo é construir uma frente ampla capaz de resistir às ofensivas autoritárias, proteger os direitos trabalhistas e avançar em políticas públicas voltadas ao interesse coletivo.
A proposta de articulação lançada pelas Centrais Sindicais reforça o papel histórico do movimento sindical brasileiro na defesa da democracia, da soberania nacional e da justiça social, elementos essenciais para a construção de um futuro mais justo, plural e solidário.