Negociações sobre salário mínimo regional enfrentam impasse com intransigência do setor empresarial

A luta pelo reajuste do salário mínimo regional no Rio Grande do Sul enfrenta um momento decisivo. Em mais uma rodada de negociações realizada na Secretaria Estadual do Trabalho, com a participação das centrais sindicais, entidades empresariais e representantes do governo estadual, o que se evidenciou foi um profundo impasse, principalmente em razão da postura inflexível dos setores patronais.
As entidades empresariais rejeitaram qualquer proposta que represente a valorização real do piso regional e insistem em um índice de apenas 3% de reajuste, mesmo após um ano de congelamento do valor. A proposta das centrais sindicais, por outro lado, busca repor as perdas inflacionárias do período e levar em conta o crescimento da economia estadual, o que levaria o reajuste para a faixa de 9,7% a 9,8%.
Para o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, a posição das entidades patronais demonstra uma tentativa clara de desmontar um dos principais instrumentos de proteção dos trabalhadores e trabalhadoras do estado. “O salário mínimo regional é uma conquista histórica e precisa ser valorizado. Os empresários querem acabar com esse direito, oferecendo um índice simbólico e desrespeitoso diante da inflação e da realidade econômica do estado”, afirmou Vidor.
O dirigente lembra que o salário mínimo regional é referência para mais de 1,5 milhão de trabalhadores que atuam em setores sem convenção coletiva ou com pisos salariais inferiores. “Nossa proposta é justa, responsável e está baseada em dados concretos da economia gaúcha. O estado cresceu, e os trabalhadores precisam ser incluídos nesse crescimento”, ressaltou o presidente da CTB-RS.

Diante da falta de acordo, o secretário estadual do Trabalho decidiu pelo encerramento oficial das negociações, encaminhando a pauta para análise da Casa Civil. Agora, caberá ao governador Eduardo Leite decidir qual será o índice de reajuste do salário mínimo regional.
“Estamos firmes na defesa de um reajuste digno. O Fórum das Centrais Sindicais e a CTB não aceitarão retrocessos. Seguiremos mobilizados para que o governador e a Assembleia Legislativa se posicionem a favor dos trabalhadores e não cedam à pressão empresarial”, concluiu Vidor.
Agora, com o encerramento das mesas de negociação, o movimento sindical continuará buscando o diálogo direto com o governo do estado e pressionando por uma solução que atenda aos interesses da classe trabalhadora gaúcha. A CTB-RS reafirma seu compromisso com a valorização do trabalho e seguirá na luta por um salário mínimo regional justo, que reflita a realidade econômica do estado e garanta dignidade a quem mais precisa.