Reajuste de 8% do Piso Regional é aprovado e considerado avanço pelas centrais sindicais, mas luta pela recomposição total continua

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS) avaliou como positiva a aprovação, nesta terça-feira (3), do Projeto de Lei 185/2025, que concede reajuste de 8% ao Piso Regional. A proposta foi encaminhada pelo governo do Estado e aprovada por ampla maioria no plenário da Assembleia Legislativa: 46 votos a favor e apenas 4 contrários.

O reajuste beneficia diretamente cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras gaúchos, de diversas categorias que não têm salário fixado em convenção coletiva e, por isso, têm sua remuneração atrelada ao mínimo regional.

Para o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, trata-se de uma conquista importante, mas ainda insuficiente diante das perdas acumuladas nos últimos anos. “Este reajuste representa um avanço importante, especialmente em um contexto de dificuldades econômicas. Mas é preciso lembrar que as perdas históricas somam 17,3%. Seria necessário um reajuste adicional de 8,6% para repor integralmente esse retrocesso”, destacou.

A atuação do governo estadual em encaminhar o projeto em regime de urgência também foi elogiada pelas entidades sindicais. “A tramitação célere, com construção de acordo entre líderes, garantiu a votação ainda hoje e a vigência imediata da nova tabela. Isso é essencial para não repetir os atrasos dos anos anteriores, que prejudicaram os trabalhadores com reajustes votados apenas no fim do ano”, pontuou Vidor.

Apesar do avanço, a CTB reforça que a luta não para. “Nosso próximo passo será a mobilização pela recomposição total do Piso Regional, buscando restaurar o patamar de 1,28 salário mínimo nacional, como já ocorreu no passado. Isso é uma questão de justiça para quem sustenta a economia com seu trabalho e merece valorização.”

Novos valores do Piso Regional por faixas salariais

Com o reajuste de 8%, os novos valores para as cinco faixas salariais do Piso Regional em 2025 ficam estabelecidos da seguinte forma:
• R$ 1.789,04 – trabalhadores na agricultura, pecuária, indústrias extrativas, construção civil, turismo, hospitalidade, motoboys, empregados domésticos, estacionamentos, entre outros.
• R$ 1.830,23 – trabalhadores das indústrias de vestuário, calçados, papel, couro, saúde, asseio, telemarketing, hotéis, bares e restaurantes.
• R$ 1.871,75 – trabalhadores do comércio em geral, indústrias de alimentação, móveis, farmácia, movimentação de mercadorias, entre outros.
• R$ 1.945,67 – trabalhadores das indústrias metalúrgicas, gráficas, cerâmicas, seguradoras, vigilantes, marítimos, escolas, entidades sociais e culturais.
• R$ 2.267,21 – técnicos de nível médio, em cursos integrados ou subsequentes.

Luta sindical segue em defesa de um piso justo

A CTB e outras centrais sindicais seguirão articulando esforços para garantir a valorização contínua do piso estadual como ferramenta de justiça social e fomento à economia gaúcha. A recomposição do valor histórico, que já representou 1,28 salário mínimo, é considerada estratégica para impulsionar o consumo interno, fortalecer os pequenos negócios e reduzir desigualdades salariais.

“Seguiremos na luta em defesa da dignidade de quem trabalha, pois é esse povo que move o Rio Grande”, concluiu Guiomar Vidor.